Vila Nova de São Pedro, de novo – no 3º milénio é um projecto com diversas valências e campos de acção cujo principal objectivo é realizar a valorização científica, patrimonial e social do povoado fortificado.
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Ficha Técnica · Associação dos Arqueólogos Portugueses
Projecto VNSP 3000
Vila Nova de São Pedro, de novo no 3º milénio é um projecto de investigação aprovado pela Direcção Geral de Património Cultural, sob responsabilidade científica de Andrea Martins, José Morais Arnaud, Mariana Diniz e César Neves. Apresenta diversas valências e campos de acção cujo principal objectivo é a valorização científica, patrimonial e social do povoado fortificado. Este projecto desenvolver-se-á em estreita ligação com a Associação dos Arqueólogos Portugueses, pois no Museu Arqueológico do Carmo estão depositados a maioria dos materiais arqueológicos e aí existe uma sala de exposições dedicada a Vila Nova de São Pedro. Os materiais arqueológicos, o sítio e as pessoas são os três pilares sobre os quais o trabalho será desenvolvido.
Além da Associação dos Arqueólogos Portugueses e do Museu Arqueológico do Carmo, este é, igualmente, um projecto de investigação da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, que conta com o apoio da Câmara Municipal da Azambuja e da União das Freguesias de Manique, Vila Nova de São Pedro e Maçussa, que se apresentam como parceiros decisivos para o seu desenvolvimento e sucesso.
A organização dos estudos prévios, o inventário geral dos materiais recolhidos nas diversas campanhas e uma nova análise das interpretações de campo efectuadas anteriormente, permitirá a produção de novas abordagens, novos discursos e novas metodologias de análise. Estas acções possibilitarão uma valorização dos dados existentes no Museu Arqueológico do Carmo, dotando a sala destinada a Vila Nova de São Pedro de novos conteúdos científicos e expositivos.
Os trabalhos de campo terão como principais objectivos a Valorização e Conservação do espaço do povoado, desenvolvendo-se em duas vertentes: a Pública e a Científica. Em estreita colaboração e parceria com as entidades locais serão efectuados os trabalhos de limpeza do sítio, sinalização e conservação de estruturas, envolvendo a comunidade na protecção do sítio arqueológico. A vertente científica será desenvolvida através de prospecção intensiva em redor do povoado, prospecção geofísica e realização de sondagens arqueológicas para confirmação de propostas interpretativas e recolha de amostras para datações absolutas.
A ligação à comunidade será ainda realizada através da recuperação das memórias locais, com recolha de depoimentos orais dos trabalhadores das campanhas realizadas no século XX, habitantes de Vila Nova de São Pedro. Esta recolha oral será também interligada com o registo fotográfico existente, levando à criação de um “museu vivo”, com som e imagem, dos intervenientes nas escavações.
A raiz deste projecto é a Associação dos Arqueólogos Portugueses, instituição centenária, no seio da qual foram realizadas as grandes campanhas em Vila Nova de São Pedro dirigidas por Afonso do Paço e Eugénio Jalhay. O depósito da grande maioria dos materiais no Museu Arqueológico do Carmo faz com que esta instituição seja a fiel depositária, não apenas do espólio, mas de toda a carga simbólica e científica inerente a este sítio arqueológico.
Vila Nova de São Pedro continua a ser, apesar de toda a revolução empírica das últimas décadas, um dos sítios de referência a nível peninsular para o estudo do Calcolítico, nomeadamente na problemática dos povoados fortificados. Este sítio arqueológico encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto nº 516/71, DG, 1ª série, nº 274 de 22 de Novembro de 1971.
Com este projecto pretende-se reanalisar a informação disponível à luz da nova realidade científica, e reintegrar Vila Nova de São Pedro no mapa actual da discussão sobre as transformações económicas, sociais e culturais do momento de passagem das primeiras comunidades agro-pastoris para uma fase de consolidação deste sistema social.