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Historiografia

O projecto VNSP 3000

Regressar onde já tudo se sabe?

O projecto de investigação Vila Nova de São Pedro, de novo, no 3º milénio – VNSP3000, teve início em 2017, sob responsabilidade dos signatários e com o apoio da Associação dos Arqueólogos Portugueses (AAP) e da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. Ao longo dos primeiros cinco anos (2017-2022), foram realizadas actividades muito diversificadas que mostram claramente que o regresso a sítios adormecidos na historiografia da arqueologia portuguesa é uma aposta fundamental, tendo em conta as novas abordagens e as novas respostas que se obtêm para velhas, e novas, questões. Mas, mais do que um projecto de requalificação de um dos mais importantes povoados calcolíticos da Península Ibérica, pretendia-se dignificar a memória dos habitantes do 3º milénio AC e 3º milénio DC, numa perspectiva de conjunto, onde artefactos, estruturas e pessoas são três vértices tratados equitativamente.

Esta abordagem, iniciada nestes primeiros cinco anos , mostrou a complexidade de um projecto desta envergadura, com diversos agentes e muitos desafios, alguns dos quais difíceis de superar, mas que revelam o potencial de Vila Nova de São Pedro como lugar de investigação, valorização e divulgação do património arqueológico.

Além do apoio financeiro, logístico e de recursos humanos das instituições intervenientes, AAP, UNIARQ e FCT, o projecto tem contado com o Município da Azambuja e União de Freguesias de Manique do Intendente, Vila Nova de São Pedro e Maçussa como parceiros fundamentais, apoiando os trabalhos de campo e contruindo as bases para um projecto a longo prazo. Os trabalhos de campo foram realizados maioritariamente com o apoio de estudantes da licenciatura e de mestrado em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas também da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Évora, bem como com a preciosa ajuda de diversos colegas arqueólogos. A tod@s o nosso agradecimento!

O início de um projecto

Vila Nova de São Pedro, de novo, no terceiro milénio é um projecto em fase inicial na construção de múltiplas facetas do conhecimento. As pessoas, estruturas e materiais são os pilares em que o projecto assenta. Pessoas de ontem e pessoas de hoje, que estudam as materialidades do sítio e de instituições, criando uma rede de intercâmbio de conhecimento e experiência, à semelhança do que existiu no terceiro milénio A.C.

Iniciar um projecto num sítio que tem milhares de páginas publicadas, ícone da arqueologia pré-histórica peninsular e um “peso-pesado” da arqueologia portuguesa, é um desafio corajoso, pelos riscos que comporta, mas que acreditamos fundamental. Estes cinco anos foram, apenas, os primeiros passos numa longa caminhada que Vila Nova de São Pedro tem ainda pela frente, de estudo, conservação, musealização, divulgação, produção de conhecimento e ligação com diferentes agentes, colocando este sítio arqueológico novamente em lugar de destaque científico e patrimonial.

Em Novembro de 2021, comemorou-se o 50º aniversário da sua classificação como Monumento Nacional. O Encontro Vila Nova de São Pedro – 1971/2021: cinquenta anos de investigação sobre o Calcolítico, no Ocidente Peninsular, que decorreu entre 22 e 24 de Novembro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Museu Arqueológico do Carmo, promovido pelo projecto VNSP3000 reflectiu todo este esforço e o papel deste sítio nas dinâmicas fundamentais do 3ºmilénio.